Não sei de quem é a autoria. É mais um texto que me chegou às mãos por este meio de comunicação que é a internet. Gostei porque retrata a vida de muitos de nós:
tic, tac, tic, tac, tic, tac...
o tempo corre.
olho pela janela,
as pessoas correm.
os carros correm. as nuvens correm.
começamos a correr desenfreados pela casa!
banho, toalha, roupa, escova de dentes, escova de cabelo...
"fui! e já vou atrasado!"
"não sei como consegues!? eu continuo desesperada
atrás dos minutos que não me dão descanso..."
cremes, camisa, casaco, carteira, chaves do carro, telemóvel,
bato a porta e abro a porta... perfume!
bato a porta novamente e agora já não corro, voo!
páro, o carro! e começo a correr.
tomo o pequeno-almoço a correr.
trabalho a correr.
almoço a correr.
dou comigo a correr sem saber porque corro.
mas continuo a correr porque não há tempo para perguntas!
volto para casa a correr.
ou então, se o dia correu muito bem vou até ao ginásio, correr!
e depois volto para casa a correr, já atrasada para o jantar.
cozinho a correr.
e pergunto no meio de tanta correria:
"e o teu dia, como correu?"
"como sempre! a correr de um lado para o outro!"
jantamos a correr.
conversamos a correr.
deitamo-nos a correr, já atrasados até para adormecer!
e em segundos caímos num sono profundo... exaustos! e sonhamos!
sonhamos que um dia vamos mudar a nossa vida e, sem correrias,
vamos fazer tudo o que gostamos e que nos dá prazer.
vamos ter tempo para viver.
Tenho saudades vossas!
De
Infiel a 18 de Maio de 2009 às 20:27
apetecia.me bater.te heheheh
finalmente deste noticias ufa
como sabes, não te esqueci
estamos á distancia de um pensamento
mas muito melhor, saber-te por aqui
um abraço com mil sorrisos nina
- sou uma felizarda porque só no trabalho faço mil coisas ao mesmo tempo mas,
saio sempre muito tempo antes de entrar ao serviço, para poder tomar caminhos diferentes e ver o mar
-volto para casa por outra estrada para poder ver o por do sol
sento.me todas as tardes a ver os cães brincarem
levo uma eternidade para decidir.me a sair
enfim
este post não se aplica á minha vida mas, adorei que o tivesses editado e ainda mais que lhe tivesses dado importância
Obrigada pela tareia às vezes bem que precisava!
Os ventos têm estado muito fortes por estes lados, tem sido tempestade atrás de tempestade. Bem que precisava de ter uma amiga como tu, perto de mim, para poder desabafar sem ter de "gastar" tempo na net. O tempo que não tenho.
Mas como tu sempre me dizes... "estamos à distância de um pensamento". E pensar nos amigos que aqui tenho, que estão longe mas perto, taambém me faz sentir melhor.
E nós temos saudades tuas.
Estou só à espera que o meu arco-iris volte a aparecer no meu horizonte para que eu o possa seguir de novo.
É verdade a que a vida é sempre a correr e quando ela não corre, nós próprios no devemos encarregar de correr atrás dela.
O texto é espelho meu, não sou o autor que fique claro.
Cumprimentos e parabéns por partilhar.
Porque estava a água tão azul ?
Abriu os braços e deixou-se ir. O fundo do oceano chamava-a, num murmúrio silencioso que mais ninguém, para além dela própria, ouvia. Talvez fosse só o rebentar das ondas nos recifes de coral, à superfície; ou o rolar das conchas no fundo de areia, empurradas pela corrente. Ou talvez não fosse nada.
Um silêncio imenso, azul, tomou-lhe o corpo, enquanto se afundava devagar, contemplando a superfície luminosa das águas a afastar-se, cada vez mais distante, mais distante...
Era uma forma de partir, tal como outra qualquer.
Era uma forma de desistir, de renunciar ao sofrimento, de dizer basta à doença, de aceitar... que nem sempre se pode vencer.
Soltou as últimas bolhas de ar que ainda conservava consigo e ficou a vê-las subir, rumo à superfície... enquanto ela se afundava mais e mais, para uma água cada vez mais azul, rumo à escuridão.
O médico dissera-lhe: mais seis meses... talvez um ano, se tiver sorte...
Não era justo.
Tanta coisa ainda por fazer... tantos projectos inacabados... tantos sonhos por cumprir... e uma doença, seis meses de vida, talvez um ano? Se tivesse sorte?
Não era justo.
Mas a vida não tinha que ser forçosamente justa, pensou. Sentira as primeiras dores no mês anterior, e depressa compreendeu o que a esperava, nos tempos seguintes.
As dores repetiram-se, aumentaram de intensidade. O médico também a avisara disso. O próximo passo seria a cirurgia, a amputação, e depois... nem ela sabia o que seria o depois.
A falta de ar apertou-lhe o peito.
À sua volta, um bando de peixes coloridos parecia intrigado, pela presença daquele corpo inerte, afundando-se vagarosamente no oceano.
A vista turvou-se, misturando formas e cores numa aguarela confusa.
Deixou-se ir.
Algo a tocou. Abriu os olhos.
O que era aquilo?
Uma tartaruga? Nunca estivera assim tão perto de uma...
Passou-lhe a mão pela carapaça, lisa e escorregadia. Ela devolveu-lhe o gesto, debicando-lhe o braço frio. Só então reparou, quando a viu afastar-se.
O pobre animal já sofrera no corpo a investida de algum caçador, faltava-lhe um dos membros inferiores. Nadava desajeitada, em sucessivas curvas, mais devagar do que seria normal... mas mesmo assim, sobrevivera, e ainda continuava viva, nadando...
Ficou a vê-la afastar-se, rodeada por um séquito de pequenos peixes, como se de uma autêntica corte se tratasse.
Contemplou novamente a superfície esbranquiçada das águas, cada vez mais longínqua.
Valeria a pena?
Não sabia.
Sabia simplesmente que... tinha que tentar.
Abriu os braços e apontou à superfície. Podia já não ter ar suficiente... mas valia a pena tentar...
seu blog é muito bom! Eu não leio Português bem, mas eu amo o que você escreve!
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